Pai!
O cansaço é
imenso e a estrada ainda tão longa!
Deixa-me
sentar à beira do caminho por um instante e acreditar que neste ato de
provisório abandono, TU me sustentas com amor inigualável.
Se meu
coração está árido como solo ressequido, TU o suavizas com chuvas amenas.
Se tudo em
mim se traduz numa dor surda, TU me tocas com sons celestiais.
Se choro e
me entristeço, TU enxugas as minhas lágrimas e afagas o meu coração com a
delicadeza de uma brisa matutina.
Se me debato
na miséria humana e nas minhas próprias misérias, TU me renovas e me dignificas
porque ÉS perdão infinito.
Se perco a
esperança e a fé, do outro lado do túnel negro da minha descrença, TU me acenas
com luz intensa.
E se por
fim, o meu estado é tão lastimável que entorpecida, de TI eu me esqueça por
completo, ainda assim me sustentas nestas horas críticas, até que cesse o
turbilhão!
Da beira do
caminho eu me levanto... o cansaço se transforma numa vontade imensa de
caminhar.
A estrada já
não parece tão longa, ao contrário, se me afigura agora uma alameda de cores e
flores que quero trilhar palmo a palmo.
Obrigado,
Pai! És meu refúgio permanente, único caminho que me permite encontrar a paz!
Fátima Irene
Pinto
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