Senhor!
Se essa dor
é o quinhão que me compete, permita que eu possa suportá-la, abraçando
amorosamente esta estranha cruz.
Quando eu
estiver em crise, conforta o meu coração...
Quando mãos
de aço invisíveis apertarem minha garganta, venha em meu auxílio e conceda-me a
dádiva de lágrimas libertadoras...
Quando a
escuridão se fizer presente e de breu se travestir a minha vida, que haja uma
réstia de luz, esperança e consolação, brilhando no fundo do poço...
Quando tudo
tiver perdido o sentido e eu me encontrar prostrado e abatido, desejando apenas
morrer, que um Anjo Seu venha me falar de vida, de novas oportunidades e de
melhores circunstâncias.
Quando a
aridez for tanta, que eu me torne incapaz de dar um sorriso para um filho meu,
ou para quem quer que seja, eleva-me à majestade do Seu reino e banha-me nas
águas da Sua redenção benfazeja...
Quando eu
estiver paralisado de terror face aos monstros incompreensíveis do pânico, da
culpa, da letargia, da fobia, do isolamento, do ódio auto direcionado, faça-me
lembrar de imediato, que o Seu amor se coloca acima de todos estes algozes
ilusórios, filhos do meu transitório desequilíbrio, e que eu possa nesta hora,
abandonar-me em Seus braços na mais irrestrita confiança.
Permita Senhor,
que esta dor não me coloque à margem da vida.
Antes, que
eu aprenda com ela e que dela, eu seja capaz de arrancar o meu aprimoramento...
Quando
Senhor, a dor se agigantar de tal sorte, que estando eu vivo, eu estampe a
própria morte, com os pensamentos e sentimentos em convulsão, incapacitado de
balbuciar a mais simples oração, assuma nesta hora o comando da minha
embarcação e sem que eu perceba, conduza-me a um porto seguro de luz e
salvação...
E, se um dia
Senhor, eu porventura estiver curado e reabilitado, livre-me de eu me tornar
esquecido.
Que eu possa
amorosamente abrir meu coração, estender as minhas mãos, ir ao encontro e levar
a consolação aos meus outros irmãos deprimidos.
Autoria de
Fátima Irene Pinto