Senhor!
Quando
alguém estiver em oração, referindo-se à caridade, faze que este alguém me
recorde, para que eu consiga igualmente ajudar em teu nome.
Quantas
criaturas me fitam indiferentes, e quantas me abandonam por lixo imprestável!...
Dizem que
sou moeda insignificante, sem utilidade para ninguém; contudo, desejo
transformar-me na gota de remédio para a criança doente.
Atiram-me à
distância, quando surjo na forma do pedaço de pão que sobra à mesa; no entanto,
aspiro a fazer, ainda, a alegria dos que choram de fome.
Muita gente
considera que sou trapo velho para o esfregão, mas anseio agasalhar os que
atravessam a noite, de pele ao vento...
Outros
alegam que sou resto de prato para a calha do esgoto, mas, encontrando mãos
fraternas que me auxiliem, posso converter-me na sopa generosa, para alimento e
consolo dos que jazem sozinhos, no catre do infortúnio, refletindo na morte.
Afirmam que
sou apenas migalha e, por isso, me desprezam... Talvez não saibam que, certa vez,
quando quiseste falar em amor, narraste a história de uma dracma perdida e,
reportando-te ao reino de Deus, tomaste uma semente de mostarda por base de
teus ensinos.
Faze,
Senhor, que os homens me aproveitem nas obras do bem eterno!... E, para que me
compreendam a capacidade de trabalhar, dize-lhes que, um dia, estivemos juntos,
em Jerusalém, no Templo de Salomão, entre a riqueza dos poderosos e as joias
faiscantes do santuário, e conta-lhes que me viste e me abençoaste, nos dedos
mirrados de pobre viúva, na feição de um vintém.
Médium:
Chico Xavier – Espírito: Meimei
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